domingo, 14 de fevereiro de 2010

Transformando a fé em sabedoria

"Podemos dizer que estamos lendo realmente o Goshô quando os frutos do seu estudo manifestam - sem em nosso comportamento" Daisaku Ikeda.

(É realmente muito difícil escrever aqui. Não é falta de vontade, nem de coragem, mas o intuito de passar a correta palavra e visão faz - nos repensar várias e várias vezes).

Às vezes, por mais que se conheça os ensinos é difícil colocá - los em prática em nossa vida. Os motivos são variados. Nossas tendências, circunstância atual... por muito tempo, eu usei frases do budismo refletindo muito pouco o que elas significavam para mim. Eu aplico esse ensino na minha vida? Como está meu comportamento?

Nitiren diz que, como nossa sabedoria é inadequada, o Buda nos ensina a substituí - la pela fé. Ter sabedoria não é ter inteligência ou conhecimento. É ter um coração puro e magnanimo capaz de enxergar além do que se sabe com profundo humanismo e respeito pela vida, pelo outro.

Nitiren corrigia e ensinava as palavras do Buda independente do grau de conhecimento dos seus discípulos. Como Daishonin já dizia, o que importa é o coração.
No livro PHJ consta: “No budismo, fé significa ter um coração límpido, flexível e aberto. Fé é a função da vida humana que dispersa as nuvens escuras da dúvida, da angústia e do arrependimento e direciona o coração a algo grandioso.”

O budismo não é só filosofia, não é só boas ações. É expiar o comportamento diário, ter a constante preocupação com as pessoas e acreditar na vida.

Confesso que eu não era lá um grande exemplo de seguidora da Lei. Mas o fato é que, pelo budismo ser muito democrático, a escolha de segui - lo ou não é sua. Por ser assim, sabe - se que tudo depende de nós mesmos. Quando as consequencias naturais da nossa vida começam a nos cobrar: será que serei feliz nesse casamento? O atual rumo da minha vida faz sentido? Por que raios eu fui tomar essa atitude? etc... É no mínimo relevante ter sabedoria para tomar a melhor decisão num momento crucial, que define o curso de toda nossa vida.

Por ter passado por crises parecidas, sentei diante do Gohonzon e, ao devotar - me ao Myoho Rengue Kyo refleti sobre minha mente não poder ser um barco à deriva. Até mesmo pela vastidão do oceano, sem a intenção de seguir uma direção, só veremos agua. Assim é a nossa vida, sem rumo, somos levados pela correnteza. Imagine então eu, que morro em São Paulo, onde chove para caramba, onde eu iria parar? No mar que não seria. Zelar ao máximo a nossa vida é fundamental, claro, há uma linha tênue entre ser reação do carma ou reação do descuido, mas voilá.

Resolvi utilizar o vento e seguir na direção escolhida por mim, sem precisar culpar nada, nem mesmo o destino. Naquele momento assinei o acordo de liberdade plena não importando as consequências. Afinal, tomar uma decisão requer coragem e pela ação de decidir, naturalmente ficamos mais fortes.

Ou eu tomo as rédeas da minha vida ou sou carregada pelas circunstâncias, certo? Tomar as rédeas é a mudança de atitude, de pensamento. É buscar pura e realmente a nossa revolução interior. Então os efeitos dessa revolução serão as ferramentas que eu tenho para dar o melhor de mim.

Isso reflete imediatamente no nosso comportamento (uma das ferramentas) e as pessoas não só percebem como partilham. Os benefícios da prática budista se estendem à familia, às outras pessoas.

Quando comecei a perceber minha arrogancia, minhas atitudes, orei com a intenção de ser realmente humana. A partir disso, acontecimentos profundos, outros singelos, outros místicos começaram a se manifestar em minha vida. Acontecimentos esses que , por um esforço distorcido eu acreditava que necessitaria adquirir durante muito tempo uma força maior a que eu tinha. Mas não, foi o simples e sincero sentimento de inserir os ensinos budistas em meu coração.

Concomitantemente, meus problemas se tornaram tão mínimos e automaticamente pensei no mundo de forma muito próxima, mais cativa. Dessa forma, a gente toma para si, o legado dos Budas: "Mesmo que se fale sobre a felicidade de todos os seres humanos, se a felicidade de uma única pessoa é ignorada, isso não passará de mera teoria". (END. Volume 1)

Mestres, muito obrigada.

Nam Myoho Rengue Kyo.

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