domingo, 11 de julho de 2010

"Tudo depende do caminho que escolhemos quando nos encontramos nas grandes encruzilhadas da vida. Será que, nesses momentos, escolhemos o caminho do Sábio, condutor ao nosso crescimento e desenvolvimento como seres humanos, ou adotamos o caminho do Tolo, que nos põe constantemente à mercê das opiniões alheias e nos faz viver em fução delas? Pode - se dizer que cada passo na vida apresenta uma encruzilhada assim. Por este motivo é vital que tenhamos um critério infalível para escolher, em cada ocasião, o curso correto". Daisaku Ikeda

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Minha única escolha é cumprir o que eu me propus a fazer.

Essas são as palavras do meu Mestre, Daisaku Ikeda.

Pode parecer estranho para alguns esse laço respeitoso entre mestre e discípulo, mas mesmo quando não temos clara essa relação, ela existe: com nossos pais, professores, relações espirituais com pessoas mais velhas ou mais novas que passam por nossa vida e nos ensinam algo que jamais esqueceremos. Que nos faz crescer a partir do seu surgimento. Por mais que as vezes seja dura a relação, que o ensino seja doído, se nos faz crescer, não deixa de ser algo bom.

Sakyamuni: "Não pense que o seu mestre morreu, ou que ele jamais existiu. Os ensinos e os preceitos que lhe ensinei, serão seu mestre" (Síntese do Budismo, editora B. Seikyo)

Um pouco mais profunda é a relação de mestre ligado à Lei da vida, o Nam Myoho Rengue Kyo. Posso dizer que muito mais que cármica, essa relação é dhármica. Pois, uma vez no caminho do Buda, não há mais retorno.Enxergamos a vida e por mais que fechemos os olhos e queiramos retornar às nossas ações mundanas, sempre haverá o rastro da Lei. É como se quiséssemos esconder uma lâmpada acesa para deixar o quarto escuro, colocando muitas roupas em cima porque não conseguimos desligá - la. Por mais cores e tipos de panos, por mais que ninguem saiba, nós intimamente sabemos dessa lâmpada acesa.

O mestre não esconde a lâmpada, ele não esconde nada.
Os Budas e os mestres estão em perfeita harmonia. Os mestres tomam para si o caminho do Buda e consequentemente manifestam o estado de Buda, além disso, ajudam - nos a treinar a mente para atingir o mesmo grau de elevação espiritual. Dão suas vidas como exemplo para nos incentivar. Esta é a diferença do mestre ligado à Lei da vida e dos mestres ligados à nós. No final, em tudo isso há uma relação profunda onde não sabemos onde é o começo e nem onde termina, ou se termina.

Eu tive muita dificuldade para compreender a relação de mestre e discípulo até perceber que o caminho que o mestre traça é percorrido pelo discípulo. Um não existe sem o outro e ambos são lineares, juntos lado a lado. E também, diferente do que as pessoas geralmente pensam, não estamos presos ao mestre. A real intenção do mestre é de o discípulo seguir livremente por onde o mestre não esteve, que ele seja melhor que o próprio mestre. Só assim, a missão do mestre será cumprida.
Na verdade, o que me prendia era a minha própria mente.

O bom de ter um mestre é a chance de elucidar nossas virtures e corrigir nossos defeitos. Chegar o mais próximo possível do respeito pelo outro, da benevolência humana.

Estava refletindo hoje pela manhã, durante a recitação do Daimoku sobre... uma vez que o Dharma foi revelado pelo Buda e eu o reconheci nesta existência, nada mais, nem meu próprio carma justifica minhas falhas. O Buda, o mestre ao depositar toda a sua vida na confiança de que eu estivesse apta a partilhar do ensino, minha falha deixa de ser somente uma falha e torna - se uma covardia.

No final, Mestre é aquele que ensina, simples assim. Este mostra claramente o momento de ser feliz (agora) e, por alguma razão criamos a causa para tê - lo em nossa vida. Porém, justamente pelo budismo não se prender aos fatos em si, daqui para frente, o que fazemos com ela (vida), no caminho da felicidade ou infelicidade, é responsabilidade nossa.

No final das contas, minha escolha também é o que me propus a fazer, caso contrário, estou enganando a quem, além de mim?

Por isso, o mais correto não é se apegar ao mestre como pessoa, fisicamente, mas espiritualmente.

O que sinto é que todos os grandes mestres que tive gritam em meu coração a grande sacada do Budismo, a compreensão.

É simples, por isso não é fácil.

Minha alma está um turbilhão de emoções, parece que consigo viajar para loooonge... mas minha mente está tranquila, queria escrever muito mais coisas, porém, chega de delongas.

Quando mergulharam comigo, no oceano da vida ou viajaram por todo o ventre do Universo, escutando comigo a voz da terra, mesmo silenciosamente, estão me ajudando a "descobrir o plano" da compreensão, não a mental mas a ilimitada, enfim, a verdadeira liberdade.

Não fumei nada não, só estou com o sentimento de gratidão aflorado por merecer O ensino e os mestres que me conduzem à liberdade.

Nam Myoho Rengue Kyo.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Transformando a fé em sabedoria

"Podemos dizer que estamos lendo realmente o Goshô quando os frutos do seu estudo manifestam - sem em nosso comportamento" Daisaku Ikeda.

(É realmente muito difícil escrever aqui. Não é falta de vontade, nem de coragem, mas o intuito de passar a correta palavra e visão faz - nos repensar várias e várias vezes).

Às vezes, por mais que se conheça os ensinos é difícil colocá - los em prática em nossa vida. Os motivos são variados. Nossas tendências, circunstância atual... por muito tempo, eu usei frases do budismo refletindo muito pouco o que elas significavam para mim. Eu aplico esse ensino na minha vida? Como está meu comportamento?

Nitiren diz que, como nossa sabedoria é inadequada, o Buda nos ensina a substituí - la pela fé. Ter sabedoria não é ter inteligência ou conhecimento. É ter um coração puro e magnanimo capaz de enxergar além do que se sabe com profundo humanismo e respeito pela vida, pelo outro.

Nitiren corrigia e ensinava as palavras do Buda independente do grau de conhecimento dos seus discípulos. Como Daishonin já dizia, o que importa é o coração.
No livro PHJ consta: “No budismo, fé significa ter um coração límpido, flexível e aberto. Fé é a função da vida humana que dispersa as nuvens escuras da dúvida, da angústia e do arrependimento e direciona o coração a algo grandioso.”

O budismo não é só filosofia, não é só boas ações. É expiar o comportamento diário, ter a constante preocupação com as pessoas e acreditar na vida.

Confesso que eu não era lá um grande exemplo de seguidora da Lei. Mas o fato é que, pelo budismo ser muito democrático, a escolha de segui - lo ou não é sua. Por ser assim, sabe - se que tudo depende de nós mesmos. Quando as consequencias naturais da nossa vida começam a nos cobrar: será que serei feliz nesse casamento? O atual rumo da minha vida faz sentido? Por que raios eu fui tomar essa atitude? etc... É no mínimo relevante ter sabedoria para tomar a melhor decisão num momento crucial, que define o curso de toda nossa vida.

Por ter passado por crises parecidas, sentei diante do Gohonzon e, ao devotar - me ao Myoho Rengue Kyo refleti sobre minha mente não poder ser um barco à deriva. Até mesmo pela vastidão do oceano, sem a intenção de seguir uma direção, só veremos agua. Assim é a nossa vida, sem rumo, somos levados pela correnteza. Imagine então eu, que morro em São Paulo, onde chove para caramba, onde eu iria parar? No mar que não seria. Zelar ao máximo a nossa vida é fundamental, claro, há uma linha tênue entre ser reação do carma ou reação do descuido, mas voilá.

Resolvi utilizar o vento e seguir na direção escolhida por mim, sem precisar culpar nada, nem mesmo o destino. Naquele momento assinei o acordo de liberdade plena não importando as consequências. Afinal, tomar uma decisão requer coragem e pela ação de decidir, naturalmente ficamos mais fortes.

Ou eu tomo as rédeas da minha vida ou sou carregada pelas circunstâncias, certo? Tomar as rédeas é a mudança de atitude, de pensamento. É buscar pura e realmente a nossa revolução interior. Então os efeitos dessa revolução serão as ferramentas que eu tenho para dar o melhor de mim.

Isso reflete imediatamente no nosso comportamento (uma das ferramentas) e as pessoas não só percebem como partilham. Os benefícios da prática budista se estendem à familia, às outras pessoas.

Quando comecei a perceber minha arrogancia, minhas atitudes, orei com a intenção de ser realmente humana. A partir disso, acontecimentos profundos, outros singelos, outros místicos começaram a se manifestar em minha vida. Acontecimentos esses que , por um esforço distorcido eu acreditava que necessitaria adquirir durante muito tempo uma força maior a que eu tinha. Mas não, foi o simples e sincero sentimento de inserir os ensinos budistas em meu coração.

Concomitantemente, meus problemas se tornaram tão mínimos e automaticamente pensei no mundo de forma muito próxima, mais cativa. Dessa forma, a gente toma para si, o legado dos Budas: "Mesmo que se fale sobre a felicidade de todos os seres humanos, se a felicidade de uma única pessoa é ignorada, isso não passará de mera teoria". (END. Volume 1)

Mestres, muito obrigada.

Nam Myoho Rengue Kyo.